Notícias 2017 - Revista Petro&Química
 

São Paulo, 09 de maio de 2017

Fim do conteúdo local provocará fechamento de 1 milhão de empregos

 

A Associação Brasileira da indústria de Máquinas e Equipamentos calcula que o fim das exigências de conteúdo local no setor de petróleo e gás deverá aumentar o número de desempregados em um milhão. O número leva em conta que os índices mínimos exigidos para as próximas rodadas de licitação em regimes de concessão e de partilha da produção, além do waiver para os empreendimentos de Libra e de Sépia, podem ser atingidos sem a aquisição de equipamentos de fabricantes nacionais – apenas com serviços seria possível cumprir o índice de 50% dos investimentos. “A indústria fornecedora investiu nos últimos anos cerca de US$ 60 bilhões. Esse investimento vai ser todo perdido”, alertou o presidente executivo da Abimaq, José Velloso, durante o Seminário de Óleo e Gás promovido durante a Feira Internacional de Máquinas-Ferramenta e Automação Industrial - Expomafe.

Na avaliação do gerente do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias de São Paulo, Renato Corona, a mudança nas regras de conteúdo local não deveria ser priorizada no momento em que o país atravessa um quadro de recessão – tampouco finalizada, de forma abrupta, depois de o país ter sinalizado uma política para atrair investimentos. “O que farão esses investimentos que vieram para o Brasil diante dessa mudança tão radical que está sendo proposta?”, questiona.

O diretor de Petróleo, Gás, Bioenergia e Petroquímica da Abimaq, Alberto Machado, mostrou que os problemas enfrentados pela Petrobras não tiveram como causa a política de conteúdo local adotada a partir de 2004. “Estamos caminhando para gerar demanda em outros países”, afirmou Machado.

A expectativa da Abimaq recai agora sobre a atuação da Frente Parlamentar de Máquinas para reverter a resolução que estabelece as exigências de conteúdo local das áreas a serem ofertadas no 2º e 3º Leilões do pré-sal e na 14ª Rodada de blocos exploratórios. Para as áreas de Libra, caso o pedido de waiver feito pelo consórcio seja aprovado pela Agência Nacional do Petróleo, Velloso adianta que a questão deverá ser judicializada.

 
 
 

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