Notícias 2017 - Revista Petro&Química
 

Rio de janeiro, 25 de agosto de 2017


O&G TechWeek mostra que tecnologias disruptivas precisam ser complementadas por novos modelos de negócios

 
Elba Gannoum: neste momento de transição da matriz energética, o Brasil deve pensar em uma espécie de "coopetição"

O gás natural tem um papel importante na transição para uma energia limpa, afirmou o sócio líder do segmento de energia da EY, Carlos Alberto Halembeck de Assis, no Tech Talk Gás como combustível de transição, realizado no quarto dia da O&G TechWeek – evento focado em tecnologia e tendências para o futuro do setor de óleo e gás.

Na análise do consultor, o Brasil tem muito potencial, mas precisa ter novos players e ver as oportunidades de negócio que vão surgir com as novas tecnologias, como o blockchain. "O Brasil é um mercado nascente, de rápido crescimento, que tem tudo para se estabilizar. Como foi com Galileu e Darwin, estamos chegando a um ponto de transição, a uma nova forma de pensar por causa da tecnologia. É uma disrupção. Nesse contexto, o gás vem se tornando mais viável e limpo e terá um papel importante até chegarmos a um novo modelo. O desafio são as possíveis fontes de investimento, que precisamos fomentar, e o surgimento de novos players."

Emmanuel Delfosse, diretor de gás da Engie Brasil, mostrou no Tech Cases Gás e Energia o projeto de medidores de gás inteligentes, em curso na França, que transmite informações sobre consumo de energia em tempo real. Entre os objetivos estão o aumento da eficiência energética e a melhora da gestão de energia, além da otimização da rede de distribuição. Considerando uma economia de energia de apenas 1,5%, o projeto é extremamente rentável para a sociedade (€ 835 milhões, o equivalente a R$ 3,2 bilhões) e visa beneficiar 11 milhões de consumidores até 2022. No projeto-piloto, que começou em dezembro de 2015, já foram implementados 150 mil medidores em um ano, em 24 cidades francesas, e 400 concentradores em todo o país. Segundo ele, o investimento de € 1 bilhão será pago pelo consumidor e a tecnologia foi importante para manter o custo dentro dessa faixa.

No Tech Challenges COP 21 e os desafios tecnológicos, a professora Suzana Kahn, da Coppe/UFRJ, afirmou que as tecnologias disruptivas precisam ser complementadas por novos modelos de negócios – o que significa também uma nova regulamentação. “Rupturas tecnológicas demoram um tempo e para que a gente se beneficie desse futuro, os países têm que começar agora. Algumas rupturas que são iminentes estão acontecendo em setores cruciais não só no Brasil como no mundo. Alguns deles são o transporte e a mobilidade urbana, a biomassa e os biomateriais para o setor de construção civil, que também demanda muita energia".

Neste momento de transição da matriz energética, o Brasil deve pensar em uma espécie de "coopetição", afirmou a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Elba Gannoum, no Trend Talk: Os avanços tecnológicos das energias. "A palavra de ordem, principalmente no Brasil, pela riqueza de recursos renováveis e não renováveis é coopetição: competir e cooperar. É isso que o Brasil tem que pensar em termos de matriz energética futura, uma combinação."

 
 
 
 

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