Notícias 2017 - Revista Petro&Química
 

São Paulo, 27 de abril de 2017

Oferta de petróleo poderá superar a demanda a partir de 2020

 

A conjugação entre crescimento de 1,2 bilhões por dia na demanda de petróleo nos próximos cinco anos e o período prolongado de retração nos investimentos pode resultar em um aperto dos estoques. O alerta consta do relatório divulgado pela International Energy Agency - IEA.

Com o número de novos projetos aprovados ainda deprimido, a IEA calcula que os investimentos em exploração se mantenham, pelo terceiro ano consecutivo, abaixo dos níveis de 2014. O resultado será mais um ano de baixas descobertas - entre 2000 e 2015, o mundo anunciou a descoberta de 9 bilhões de barris por ano. Em 2016 esse índice caiu para 2,4 bilhões de barris.

As reservas offshore, que representam quase um terço da produção de petróleo e são cruciais para o suprimento futuro, foram particularmente atingidas pela desaceleração da indústria. Em 2016, apenas 13% de todos os investimentos aprovados estavam no mar, bem abaixo da média de 40% registrada nos últimos 15 anos.

Por outro lado, a redução de custos dos não convencionais torna a sua exploração mais competitiva que alguns projetos convencionais. O preço de equilíbrio médio na bacia do Permiano, no Texas, está agora entre US$ 40 e US$ 45 por barril. Isso pode elevar a produção de shale oil dos EUA para 2,3 milhões de barris por dia até 2022.

O diretor executivo da IEA, Fatih Birol, ressaltou que a baixa histórica na exploração das reservas convencionais contrasta com o notável crescimento na produção de xisto dos EUA. Atualmente, as fontes convencionais representam 69 milhões de barris, do total de 85 milhões de barris de petróleo produzidos por dia. "A questão-chave para o futuro do mercado de petróleo é por quanto tempo pode um aumento nos suprimentos de xisto dos EUA compensar o ritmo lento de crescimento em outras partes do setor de petróleo", afirma Fatih Birol.

 
 
 

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