São Paulo, 20 de setembro de 2016

Petrobras irá investir US$ 74,1 bilhões em cinco anos

 

O Plano de Negócios e Gestão apresentado pela Petrobras tem por objetivo ajustar as suas finanças. De 2017 até 2021 serão investidos US$ 74,1 bilhões. O orçamento equivale ao que ela investiu em 2008 – em comparação com a versão do plano de investimentos anunciado em janeiro deste ano, ele é 25% menor.

O presidente da companhia, Pedro Parente, disse que plano permitirá a recuperação financeira da companhia em dois anos. “Os dois anos iniciais desse programa serão de recuperação de nossa saúde financeira, e os três anos seguintes para voltar a crescer a nossa curva de produção”.

A Área de Exploração & Produção continua com a prioridade dos investimentos – os projetos dessa área terão 82% dos recursos. O orçamento das demais áreas destina-se, basicamente, à manutenção das operações e os projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural.

 
Exploração e Produção terá 82% dos recursos
 
 
A carteira de investimentos do plano prioriza projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil, com ênfase em águas profundas. A Área de Exploração e Produção receberá US$ 60,6 bilhões, sendo 76% para desenvolvimento de produção, 11% para exploração e 13% para suporte operacional. Até 2021 serão colocados em operação 19 novos sistemas – 16 deles no pré-sal.

Apesar da queda da previsão de investimentos, a meta é alcançar uma produção de 2,77 milhões de barris de petróleo por dia no Brasil em 2021.

Mesmo com a menor fatia reservada para a atividade de exploração, a diretora de Exploração e Produção, Solange Guedes, disse que a companhia avalia a participação nas futuras rodadas de blocos exploratórios. “Olharemos com atenção eventuais oportunidades no pré-sal assim que houver a retomada dos bids no Brasil, e iremos fazer as nossas escolhas, não deixando de ser operadora nos casos em que entendermos”.
 
Prioridade da Área de Refino e Gás Natural é garantir a operação
 
 
Dos US$ 12,4 bilhões destinados às Áreas de Refino e Gás Natural, metade tem como destino a continuidade operacional dos ativos e metade para projetos relacionados ao escoamento da produção.

A conclusão do segundo trem da Rnest não está contemplada no Plano 2017-2021 – a companhia vai concluir apenas as obras da unidade de abatimento de emissões, para permitir ampliar a capacidade atual da refinaria. Os investimentos no Comperj estarão limitados à UPGN, para escoamento da produção de gás do pré-sal. A Petrobras continuará a busca por um parceiro para concluir as obras da refinaria.
 
Plano prevê barril cotado em US$ 48 em 2017
 
 
O novo Plano de Negócios e Gestão da Petrobras tem como premissa o preço médio do petróleo Brent a US$ 48 em 2017, subindo para US$ 56 no ano seguinte, US$ 68 em 2019 e US$ 71 em 2020 e 2021.

O plano tem como meta a redução do nível de endividamento – de 4,5 para 2,5 vezes a relação dívida líquida sobre o Ebitda. O principal objetivo é recuperar a classificação de risco de grau de investimento, perdida em 2015. Apenas em 2015 a Petrobras pagou US$ 6,3 bilhões de juros sobre a dívida.

Entre 2017 e 2018, o plano prevê a arrecadação de US$ 19,5 bilhões com parcerias e desinvestimentos. A companhia deixará as atividades de produção de biocombustíveis, distribuição de GLP, produção de fertilizantes e das participações em petroquímica. Também está no radar vender parte dos ativos de refino. “Saímos na conformação atual, onde vemos, por exemplo, que nos biocombustíveis não somos os melhores players. Mas devemos nos preparar no trabalho de desenvolvimento de tecnologias que nos permita nos preparar para novas alternativas, de maior valor agregado”, explicou Pedro Parente.

A Petrobras também irá utilizar uma estratégia denominada Orçamento Base Zero para redesenhar os processos. “Em vez de simplesmente olharmos custos e tratarmos de reduzi-los um a um, olhamos o processo como pela primeira vez e tentamos redesenhá-los de maneira a obter ganhos de custos muito mais qualitativos”, disse o diretor de estratégia, organização e sistema de gestão, Nelson Silva.
 
 

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