São Paulo, 10 de movembro de 2016

Novo impairment reduz em R$ 15,7 bilhões valor de ativos da Petrobras

 

Um novo impairment (reavaliação de ativos) e investimentos em coligadas tirou R$ 15,7 bilhões do balanço financeiro da Petrobras no terceiro trimestre. A companhia reportou agora à noite um prejuízo de R$ 16,5 bilhões no período. No acumulado de janeiro a setembro, a Petrobras acumula prejuízo líquido de R$ 17,3 bilhões.

O impairment foi decorrente da apreciação do real e aumento da taxa de desconto e da revisão de um conjunto de premissas, como preço do petróleo e do câmbio, e da carteira de investimentos contemplados no Plano de Negócios e Gestão 2017-2021. Alguns campos em produção que já haviam sofrido impairment em 2015 tiveram seus fluxos de caixa mais pressionados pelo câmbio e pela taxa de desconto. Eles foram responsáveis por R$ 5,6 bilhões do impairment. Somados, em dois anos esses campos acumulam perda de R$ 11,5 bilhões.

Outros R$ 2,8 bilhões se referem a equipamentos vinculado à atividade de produção, R$ 2,5 bilhões ao adiamento do segundo trem da Refinaria Abreu e Lima e R$ 2 bilhões ao Complexo Petroquímico de Suape.

Desde o início de 2014 as baixas contábeis de ativos e investimentos da Petrobras por impairment somam R$ 111,6 bilhões. Normalmente a Petrobras realiza testes de imparidade no quarto trimestre, mas decidiu antecipar para este trimestre por conta do novo plano de negócios. "O resultado da imparidade teve impacto importante no lucro da companhia, essa é a mensagem, esse foi um evento não recorrente, e não esperamos novos testes de imparidade nessa magnitude", disse o diretor da Área Financeira, Ivan Monteiro. Sem a reavaliação, a Petrobras teria reportado um lucro líquido de quase R$ 600 milhões.

No segundo trimestre, a Petrobras tinha registrado lucro líquido de R$ 370 milhões, após uma sequência de três trimestres de prejuízo.

A apreciação do real, por outro lado, contribuiu para reduzir o endividamento da companhia – que caiu para R$ 398,2 bilhões em setembro. Com isso, a relação entre dívida líquida e Ebitda chegou a 4,1 vezes, ante 5,3 vezes no fim do ano passado. A companhia já conseguiu fechar a venda de US$ 9,8 bilhões em ativos, equivalente a 65% da meta de desinvestir US$ 15,1 bilhões entre 2015 e 2016.

 
 
 

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