São Paulo, 30 de março de 2016

Custos de produção de máquinas e equipamentos sobem mais que preço de venda

 

A despeito da menor concorrência dos produtos importados, que ficaram mais caros por conta do dólar valorizado, os fabricantes de máquinas e equipamentos não tem conseguido repassar para os preços os aumentos dos custos de produção. De 2015 a 2016, enquanto os preços de máquinas e equipamentos, medidos pelo Índice de Preços ao Produtor - IPP do IBGE, subiram 7,6%, o índice de custo de produção, calcul...ado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, aumentou cerca de 8,1%.

Em seis anos, os custos evoluíram 58,5% e o IPP 24,81%. No período, a inflação medida pelo IPCA foi de 52,1%. “Isso significa que as empresas transferiram para preços as suas margens”, ressalta o diretor de competitividade da Abimaq, Mario Bernardini.

A expectativa de recomposição de preços e margens de lucratividade está na retomada do mercado perdido para as máquinas importadas. O problema, no entanto, passou a ser a baixa demanda interna registrada nos últimos dois anos.

O pior cenário tem sido sentido por duas centenas de fornecedores ligados à cadeia de petróleo e gás. Além da drástica redução nas encomendas, eles tem que enfrentar a inadimplência por parte das EPCistas investigadas na Operação Lava Jato.

Na semana passada, a Abimaq divulgou um manifesto cobrando celeridade na resolução da crise política. "Estamos exigindo que os políticos tenham mais responsabilidade pelo país, e que o processo de impeachment, qualquer que seja o desfecho, ocorra rapidamente, para virar essa página e começarmos a pensar no crescimento do país", afirmou o presidente da entidade, Carlos Pastoriza.

O manifesto também afirma o apoio ao Poder Judiciário, à Polícia Federal e ao Ministério Público na apuração dos delitos. Pastoriza ressalta que a Abimaq é uma entidade apartidária - e por isso não tomou posição com relação ao processo de impeachment nem aceitaria participar de discussões com um governo alternativo. "Uma das missões de uma entidade de classe é manter uma interlocução fluida com o governo de turno, gostemos ou não dele – até porque temos uma série de pleitos e de agenda que tem a ver com o governo federal, e precisamos ter essa interlocução. Por isso essa nossa posição de neutralidade em relação ao desfecho do impeachment".

 
 
 

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