A venda de tubos para dutos e para revestimento de poços reverteu a queda nas exportações de máquinas para petróleo e energia renovável em junho. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior - Secex tabulados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, as duas encomendas somam US$ 43 milhões – uma alta de 173% em relação aos valores registrados em maio. No acumulado do ano, as exportações de máquinas para petróleo e energia renovável somam US$ 207,5 milhões e representam um valor 56,2% menor quando comparado com o registrado no primeiro semestre de 2015. O aumento das vendas, no entanto, refere-se menos ao ganho de competitividade consequente da desvalorização do real, e mais às exportações fictas previstas no Repetro - Regime Aduaneiro Especial de Importação e Exportação de Bens Destinados às atividades de Petróleo e Gás, alerta o presidente executivo da Abimaq, José Velloso.

As importações, no entanto, continuam menores em 2016. Nos seis primeiros meses do ano, foram importados US$ 84 milhões –38% menos que no ano anterior.

Os dirigentes da Abimaq têm levado aos novos representantes do Ministério de Minas e Energia as preocupações referentes à política de conteúdo local. Em reunião com o ministro Fernando Coelho Filho, Velloso mostrou o descompasso entre as encomendas da Petrobras – que de 2003 a 2014 cresceram 456% – e as vendas da indústria nacional para as atividades de petróleo e gás – que aumentaram 32% no mesmo período. “O benefício do conteúdo local não pode ser dado para quem está comprando, mas para quem está vendendo. Uma efetiva política industrial de fortalecimento dos fornecedores naturalmente incentiva que as operadoras e EPCistas comprem da indústria nacional”.