Os fornecedores da Petrobras não esperam uma vida melhor este ano. A expectativa está na resolução do cenário que tem levou a paralisação das encomendas e a inadimplência das empresas de engenharia – entre eles a assinatura de acordos de leniência entre a Controladoria Geral da União e as epecistas envolvidas na Operação Lava Jato. “A Petrobras não deve fazer compras em 2016, mas deve começar a desfazer o nó nas obras que estão paradas”, afirma o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, José Velloso.

Os fabricantes de equipamentos têm a receber mais de R$ 400 milhões de equipamentos encomendados pelas epecistas responsáveis pelas obras da Petrobras.

Velloso também critica a criação das Unidades de Conteúdo Local, que consta do artigo 2 do Decreto que instituiu o Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural - Pedefor. “As empresas que se instalaram no Brasil ou ampliaram suas capacidades pensando que iriam vender, não venderam. E a Unidade de Conteúdo Local é uma grande janela aberta para aquelas empresas que não cumpriram o conteúdo local terem suas multas diminuídas”.

Em janeiro, os fabricantes de máquinas e equipamentos registraram em janeiro o menor nível de utilização da capacidade instalada da década – 60,9%. “Infelizmente a nossa estimativa para este ano é que haja, ainda que levemente, um decréscimo de atividade, o que significará uma capacidade ociosa maior que 40%”, destaca o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza.

O presidente ressalta que a desvalorização cambial ainda não se refletiu nas vendas para o mercado externo. Em janeiro deste ano, as exportações de máquinas e equipamentos para petróleo e energias renováveis são 67% menores do que as registradas em janeiro de 2016. O setor responde por 8% nas exportações de bens de capital no país.