São Paulo, 29 de abril de 2016

Endividamento das empresas químicas registra segundo pior resultado em quase 30 anos

 

O indicador de endividamento geral das empresas fabricantes de produtos químicos de uso industrial teve nova alta em 2014, alcançando o valor de 74,2%, segundo pior resultado da série, que teve início em 1988. O dado, que será publicado no Anuário da Indústria Química, revelou que nesse período de 27 anos, foi possível identificar três fases distintas para o segmento: entre os anos de 1988 a 1995, quando os investimentos foram bem modestos, o endividamento variou de 26% a 35%. A partir de 1996, principalmente em razão da desvalorização do real, que afetou as empresas que estavam fazendo investimentos e tinham dívidas em dólar, além da forte elevação da taxa de juros no mercado interno, o endividamento quase triplicou, atingindo o recorde de 75,4% em 2002. Naquela época, ocorreram investimentos importantes, sobretudo na ampliação da capacidade das empresas da categoria resinas termoplásticas. Na terceira fase, iniciada a partir de 2003, o endividamento das empresas analisadas vem apresentando decréscimos, notadamente em decorrência da melhora da rentabilidade dos diferentes negócios. O pico de 2008 é justificado pela crise financeira internacional e pela valorização do real frente ao dólar, além da elevação da taxa de juros. Os dados dos dois últimos anos interrompem esta sequência de quedas e é justificado pela piora da crise no mercado interno. Esse é um importante indicador de sinalização de tendência. Com esse nível de endividamento, associado a uma baixa taxa de retorno para as empresas e elevada ociosidade da capacidade instalada, fica muito difícil pensar em atração de novos investimentos.

 
 
 

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