São Paulo, 28 de abril de 2016

Fim da operação única trará novos investimentos, afirma presidente do IBP

 
 

O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Jorge Marques de Toledo Camargo, afirmou que o fim da obrigatoriedade de a Petrobras participar da extração de petróleo da camada pré-sal poderá trazer novas tecnologias mais investimentos para o País. “O modelo em funcionamento no cenário atual deve ser repensado. A Petrobras está em período de reestruturação financeira”, disse Camargo, em Audiência pú...blica da Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal na Câmara.

O debate reuniu representantes e especialistas da indústria para discutir as propostas do Projeto de Lei 4567/16, que retira da Petrobras a exclusividade de operação na exploração dos campos do pré-sal.

O professor Edmar Luiz Fagundes de Almeida, do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, disse que a capacidade de investimento da Petrobras representa um freio para o desenvolvimento do setor, com enorme impacto econômico e social para o País. “Se a empresa adiar os investimentos que devem ser feitos, abrimos mão de mais de US$ 100 bilhões”.

O ex-diretor da área de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella, defendeu a operação única, argumentando que a própria descoberta das reservas do pré-sal é resultado do monopólio estatal. “É a nossa experiência na capacitação de explorar petróleo, de perfuração das rochas geradoras, de construir competência em geologia e em engenharia de produção que foram aplicadas em águas profundas”.

Guilherme Estrella também criticou a política de desinvestimento da Petrobras. Na sua visão, a Petrobras precisa manter a presença marcante em outras áreas além da exploração e produção, e o processo de fragmentação da cadeia de abastecimento prejudica a sua sustentação no longo prazo. "Durante a crise, enquanto um elo está mais fraco os outros estão mais fortes”.

O professor Luiz Eduardo Duque, da Escola de Química da UFRJ, argumenta que a atual situação do preço do petróleo é passageira. “Vai ter procura por petróleo, nos próximos dez a quinze anos, e temos uma nova oportunidade para um novo ciclo de alta”.

 
 
 

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