São Paulo, 27 de novembro de 2014

Estudo de Diversificação estabelece seis grupos de ações para alavancar competitividade da indústria química



O relatório final do Estudo do Potencial de Diversificação da Indústria Química Brasileira, elaborado pelas consultorias Bain & Company e Gas Energy sob encomenda do Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social, identificou 66 segmentos do setor químico brasileiro (entre primários, secundários e terciários) com potencial de competitividade. Os maiores destaques ficaram com os segmentos cuja demanda local é crescente, representando forte potencial de atração de investimentos: defensivos agrícolas, cosméticos, aditivos alimentícios para animais e produtos químicos para E&P.

De acordo com o estudo, a “captura das oportunidades identificadas requer a implementação de políticas e ações que aprimorem as condições de competitividade da indústria química no Brasil”. A partir da identificação dos desafios de competitividade, foram estabelecidos seis grupos prioritários de implementação de políticas e ações que criarão as oportunidades para a indústria química: agregar valor ao petróleo e gás natural, aprimorar o ambiente regulatório, adicionar valor ao agronegócio brasileiro, desenvolver e implementar investimentos destinados a melhorias na infraestrutura logística, aumentar os esforços de inovação tecnológica e simplificar o sistema tributário.

O estudo também verificou segmentos com produção pouco significativa no mercado brasileiro, mas que podem agregar valor a matérias-primas locais disponíveis, criando oportunidades de investimentos: aromas, sabores e fragrâncias; derivados de celulose; aditivos alimentícios para humanos; derivados de silício; tensoativos; derivados de butadieno e isopreno; derivados de aromáticos; poliuretanos e intermediários; lubrificantes; fibras de carbono; poliamidas especiais; poliésteres de alta tenacidade; oleoquímicos e químicos de renováveis.

Boa parte dos segmentos analisados registra déficit comercial, resultado que poderia ser revertido pelo seu potencial de gerar exportações se houvesse maior incentivo aos investimentos. Um exemplo são os segmentos de foco primário – 21 dos 66 analisados – que foram responsáveis por um déficit comercial de US$ 8,9 bilhões em 2012. De acordo com o estudo, as oportunidades de investimentos identificadas poderiam somar entre US$ 33 e US$ 47 bilhões de 2015 a 2030, cenário que reduziria significativamente o déficit, entre US$ 22 e US$ 38 bilhões anuais dentro do período descrito. Apenas cinco desses 21 segmentos gerariam 19 mil empregos em 15 anos.

Outro segmento promissor é o de químicos a partir de fontes renováveis. O estudo destaca que as oportunidades de investimentos nessa área podem gerar para a indústria química um faturamento entre US$ 15 e US$ 35 bilhões até 2030.

Na avaliação do presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Fadigas, o estudo comprova o grande potencial de crescimento da indústria química, mas representa também um sério desafio. “O momento não é positivo, do ponto de vista de crescimento da economia brasileira, da balança comercial de produtos manufaturados e da balança da indústria química. Temos um déficit de US$ 32 bilhões e uma indústria que roda em taxa de operação entre 75% e 80%, daí porque o momento é de união. Vejo o estudo e este evento como uma oportunidade de estarmos juntos em torno de uma agenda de desenvolvimento da indústria química brasileira. As prioridades colocadas no estudo são desde já encampadas pela Abiquim como prioridade para indústria química e uma agenda a ser desenvolvida no novo governo”.

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