São Paulo, 17 de Março de 2014

IEA projeta mercado de biocombustíveis três vezes maior


 

O consumo de biocombustíveis deverá triplicar nos próximos 20 anos – e somar 4,1 milhões de barris de petróleo equivalente por dia em 2035. Em 2011, o mundo consumiu 1,3 milhão de barris de petróleo equivalente por dia. O etanol representa aproximadamente 75% desse volume. As projeções foram apresentadas pelo chefe da Divisão de Indústria de Petróleo e Mercados da Agência Internacional de Energia, Antoine Halff, no Seminário Internacional de Biocombustíveis – evento promovido em São Paulo pelo Instituto Brasileiro do Petróleo e pelo Conselho Mundial de Petróleo.

As projeções da IEA são otimistas, apesar da retração registrada desde 2008: o Brasil permanecerá como segundo maior produtor de etanol e terceiro produtor de biodiesel do mundo – com 1 milhão de barris de petróleo equivalente. “Ainda que a produção de etanol nos EUA seja maior, a indústria de biocombustíveis no Brasil é mais importante em termos de eficiência, inovação, dinamismo e controle das emissões de gases de efeito estufa”, ressaltou Halff.

A demanda será puxada principalmente pelo setor de transporte rodoviário – que deve elevar dos atuais 3% para 8% a participação dos biocombustíveis na matriz. Nos EUA, os biocombustíveis responderão por 15% do consumo de transportes, enquanto no Brasil atenderão 30% da demanda, e na Europa 12% – impulsionados pela regulação referente a adição na matriz energética. Os percentuais serão bastante sensíveis a legislação para a adoção dos biocombustíveis – a europeia Renewable Energy Directive e a americana RFS, ambas em fase de revisões. O Brasil retomou a adição de 25% de etanol na gasolina no ano passado, dois anos após reduzir para 20% o índice. “Ter uma visibilidade de longo prazo e clareza com relação às políticas além de 2020 é fundamental para atrair investimentos para a indústria. Precisamos mais do que metas para que essa indústria seja viável”.

Para Halff, os argumentos favoráveis aos biocombustíveis, relacionados à diversificação de fontes energéticas, continuam válidos. “Para desenvolver ainda mais essa indústria, precisamos ter uma previsibilidade de longo prazo, apoio para inovação em toda cadeia e alinhamento internacional de políticas”.

 

 


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