São Paulo, 13 de fevereiro de 2014

Braskem projeta crescimento de até 4% na demanda de resinas


 

A demanda por resinas termoplásticas deve crescer entre 3% e 4% este ano, caso o PIB cresça 2,2%, avalia o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. No ano passado, o consumo de polietilenos, polipropileno e PVC foi 8% maior e a empresa bateu recorde de produção, com 3,4 milhões de toneladas de eteno e 2,6 milhões de toneladas de polietilenos.

Com a aquisição da Solvay Indupa – ainda pendente de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica - Cade – a Braskem se tornará o quarto maior produtor de PVC das Américas, com capacidade de produção de 1,25 milhão de toneladas por ano.

A empresa anunciou hoje o resultado financeiro de 2013: com receita líquida 13% superior por conta do aumento no volume de vendas no mercado doméstico, a Braskem fechou o ano com lucro líquido de R$ 507 milhões.

Uma das prioridades da Braskem este ano será a renovação do contrato de fornecimento de nafta firmado com a Petrobras, que fornece 7 milhões das 10 milhões de toneladas consumidas por ano – os 30% restantes são importados principalmente da Venezuela, Argélia e, em menor volume, da Rússia. Às vésperas do vencimento do contrato, as duas empresas não chegaram a um denominador comum sobre a precificação. No ano passado, a nafta representou 47,3% dos custos da Braskem. “O gás nos EUA custa um terço do que custa no Brasil, por isso o empenho da Braskem em renovar o contrato de uma forma que não afete ainda mais a competitividade da indústria brasileira”, afirma Fadigas.

Investimentos

Este ano a Braskem pretende investir R$ 2,66 bilhões em 2014 – o orçamento inclui os investimentos no projeto Etileno XXI, em construção no México, as mudanças necessárias para produzir PEBDL base metaloceno e ABS nas unidades do polo de Camaçari, além dos projetos de engenharia do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro - Comperj. 55% do orçamento está comprometido com as duas paradas de manutenção - no polo de Triunfo / RS, em março, e no ABC / SP em setembro. No ano passado, a empresa investiu R$ 2,72 bilhões, sendo R$ 1,35 bilhões em manutenção.

O projeto Etileno XXI – complexo petroquímico integrado, com capacidade de produzir 1,05 milhão de toneladas de polietilenos por ano – já avançou 58% nas obras físicas e entra na fase final. Com o início da produção agendado para 2015, a empresa já alocou uma equipe no México para realizar o pré-market das resinas.

Para viabilizar o Comperj, as negociações entre Braskem e Petrobras ainda dependem do equação de matérias primas e incentivos fiscais – embora Carlos Fadigas considere improvável ter todos os elementos para desenvolver a engenharia e levar o tema à decisão do Conselho de Administração. “Uma parte desse trabalho tem a ver com o entendimento das curvas de produção, um desafio para a Petrobras poder se comprometer com o fornecimento de matéria-prima em volume, preço e prazo para que possamos concluir a engenharia”.

A Braskem já fala na construção de um complexo nos EUA – o projeto batizado internamente de Appalachian Shale Cracker Enterprise, ou Ascent, prevê a produção de polietilenos no estado da West Virginia, exatamente sobre a maior reserva de shale gas dos EUA. Os primeiros passos já foram dados – como a negociação com os fornecedores de gás e o terreno onde será construído o complexo. O investimento, no entanto, deverá ser feito por outras empresas – para não onerar o balanço financeiro da empresa, que já estará comprometido com o Comperj.

(Flávio Bosco)

 


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