A Petrobras continuará escoando por navios o petróleo
produzido na Bacia de Campos até às refinarias de
São Paulo. Sem solucionar o impasse criado com o Governo
do Estado do Rio, o Plano Diretor de Escoamento e Tratamento de
Óleo da Bacia de Campos foi suspenso. A informação
foi dada pelo próprio presidente da companhia, José
Eduardo Dutra.
A plataforma de rebombeio PRA-1, que seria usada no projeto anterior,
será ligada a duas monobóias e a um navio do tipo
FSO.
O primeiro trecho do projeto contempla dutos submarinos ligando
as plataformas P-40, P-51, P-52, P-53, P-55 e RO-4 à PRA-1.
No segundo trecho, o petróleo será bombeado da PRA-1
para um navio armazenador (FSO) e para as monobóias, onde
os navios aliviadores receberão o óleo para ser transportado
até os terminais da Ilha D'Água e Angra dos Reis,
no Rio de Janeiro e de São Sebastião, em São
Paulo.
A Regap e a Reduc serão abastecidas pelos terminais localizados
no litoral fluminense e as de São Paulo (Revap, RPBC, Recap
e Replan) pelo terminal de São Sebastião. "A
alternativa garante o abastecimento para as refinarias da região
Sudeste e não implica em modificações nos projetos
das plataformas", disse José Eduardo Dutra.
O novo projeto - que contempla quatro navios capazes de transportar
1 milhão de barris de petróleo cada, uma unidade de
rebombeio - representará um investimento de R$ 2,7 bilhões
- a construção de um oleoduto ligando Bacia de Campos
a São Paulo representaria um volume de investimento de R$
4,6 bilhões.
A Petrobras voltará a se reunir com o grupo de bancos estrangeiros
para estruturar a nova engenharia financeira do programa. No modelo
elaborado anteriormente, a construção do oleoduto
seria financiada pela Mitsui. A parte marítima estava a cargo
de outro grupo japonês, a Mitsubishi com financiamento do
JBIC e vários outros bancos.
O novo projeto vai concentrar 90% do transporte de óleo por
meio de navios em 2007 - quando a produção deverá
ter mais 500 mil barris diários com a entrada em operação
das plataformas P-51 e P-52. Antes, a previsão era transportar
apenas 60% dessa maneira.
A companhia havia planejado construir um oleoduto que atravessaria
todo o Estado do Rio de Janeiro. Mas conflitos com o Governo do
Estado impediram a concretização do projeto.
O secretário de Petróleo do Estado, Wagner Victer,
afirmou que a decisão vai ao encontro do que o Estado vem
se posicionando. "Afinal, acreditamos ser inadequada neste
momento a discussão sobre a construção de um
oleoduto, que é um projeto de logística permanente
de escoamento Bacia de Campos, sem debatermos em conjunto a ampliação
do Parque de Refino brasileiro, em especial o da região sudeste".
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