São Paulo, 11 de março de 2003
Estudo da Booz Allen indica caminhos para o setor químico
A indústria química brasileira precisa sair do círculo vicioso de baixa rentabilidade, baixos investimentos, perda de competitividade e aumento de déficit na balança comercial, ou então poderá enfrentar sérias dificuldades em muitos outros setores industriais. Esta é a conclusão central do estudo “O Futuro da Indústria Química no Brasil”, encomendado pela Abiquim à consultoria Booz Allen Hamilton.

As projeções da Booz Allen são de que, mantidas as condições atuais, o déficit na balança comercial brasileira de produtos químicos poderá chegar a US$ 20 bilhões em cinco anos, reflexo da perda de competitividade do setor gerada pelo quadro de baixa rentabilidade e baixos investimentos.

O estudo propõe medidas nas áreas de matérias-primas e insumos, de tecnologia e de comércio exterior para reverter o quadro do setor químico – entre elas, a intensificação de investimentos em refino e no aumento da produção de nafta petroquímica, a criação de mecanismos de financiamento para fomentar o desenvolvimento mais intenso de tecnologia, o apoio às exportações de setores com alto consumo de produtos químicos de origem nacional e a não tributação de exportações pelo aprimoramento de mecanismos que garantam a efetiva restituição dos impostos pagos. Essas e outras medidas, segundo o estudo, poderiam elevar em 220% o nível de investimentos no setor e diminuir em cerca de US$ 11 bilhões o déficit na balança comercial de produtos químicos projetado para os próximos anos.

O trabalho foi entregue ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, pelo presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Carlos Mariani Bittencourt.