O Banco Central retomou os estudos para chegar a um novo
contorno para a venda dos ativos do Banco Econômico Ciquine. Para evitar
um novo leilão sem concorrentes, o Banco Central quer formatar a venda
já acordado com um dos compradores. Os dois leilões anteriores, em 28
de novembro e em 17 de dezembro, não atraíram nenhum comprador.
Para a Elekeiroz, a compra da Ciquine pode vir a ser estratégicamente
interessante, mas não com as condições anteriormente apresentadas. "Há
a necessidade de que algumas coisas sejam mudadas para que o negócio se
torne atrativo. Somos uma empresa de capital aberto, temos que agregar
valor aos acionistas", enfatiza Reinaldo Rubbi, diretor geral da Elekeiroz.
Rubbi ressalta que as decisões vão depender das atitudes do Banco Central.
"Não fomos ao último leilão porque percebemos que as condições não trariam
um retorno razoável para a Elekeiroz. Analisamos questões como tecnologia,
localização e pendências da empresa, e resolvemos não comparecer". Os
passivos acumulados pela Ciquine, que incluem questões tributárias, trabalhistas,
ambientais e cíveis, podem chegar a R$ 110 milhões e são considerados
os principais entraves do leilão, afastando prováveis compradores. No
total, a Ciquine estaria sendo vendida por cerca de R$ 80 a 90 milhões,
o que é, segundo a Elekeiroz, um valor muito elevado se consideradas todas
as pendências que ela apresenta. "Na verdade, só nos interessam os ativos
operativos da empresa, e não as empresas intermediárias, como a Conepar
e outras. As operações da Ciquine fora do país também não nos interessam.
Seriam atrativas apenas as partes de álcoois, anidrido e plastificantes",
diz Rubbi.
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