Revista Petro & Química
Edição 366 • 2016

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Petróleo & Gás
Petrobras mais enxuta
 
Companhia prepara novo corte de investimentos. Novo modelo de gestão reduz cargos gerenciais em áreas não operacionais.
 

No depoimento que deu à CPI da Petrobras, no ano passado, o ex-presidente José Sergio Gabrielli exaltou o crescimento da companhia – que durante a sua gestão multiplicou o valor de mercado e ampliou a presença em outros segmentos. O atual presidente da companhia, Aldemir Bendine, não terá o mesmo motivo para comemorar. Hoje, a companhia vale cerca de R$ 100 bilhões – um terço do valor de mercado que tinha há quatro anos, de acordo com levantamento feito pela consultoria Economática. Uma ação PN – aquela sem direito a voto – chegou a custar menos de R$ 5 – o menor valor dos últimos doze anos.

Bendine, no cargo desde fevereiro de 2015, tem como missão adequar a Petrobras aos novos tempos. Além da pressionada pela queda nos preços do petróleo – que tem obrigado as petroleiras de todo mundo pisarem no freio – a companhia tem uma enorme dívida, de cerca de US$ 127 bilhões. Quase tudo o que está fora do pré-sal foi colocado à venda para solucionar a questão – no entanto, até agora conseguiu, com a venda de 49% da Gaspetro, levantar pouco mais de 3% do que pretende.

A companhia prepara o terceiro corte nos investimentos desde a sua chegada – no início do ano foi antecipada uma redução de 24% nos investimentos previstos para o quinquênio 2015-2019. Com a revisão, o orçamento para o período caiu para US$ 98,4 bilhões. Para economizar R$ 1,8 bilhão por ano, a Petrobras decidiu cortar 1,6 mil gerentes de áreas não operacionais. "O novo modelo é revolucionário, que a empresa precisava já há algum tempo", afirmou Bendine, durante a apresentação do novo modelo de gestão, que reestruturou a companhia em seis diretorias – Exploração e Produção; Desenvolvimento da Produção e Tecnologia; Refino e Gás Natural; Financeira e Relacionamento com Investidores, Recursos Humanos, SMS e Serviços; e Governança, Risco e Conformidade.

A Diretoria de Exploração e Produção manteve duas gerências-executivas – Exploração e Libra – e reorganizou a estrutura em outras cinco gerências – Terra e Águas Rasas, Águas Profundas, Águas Ultra Profundas, Logística e Suporte a Operações, e Gestão Integrada de Ativos. O desenvolvimento da produção e implantação dos projetos ficará a cargo da Diretoria de Desenvolvimento da Produção & Tecnologia. Ela terá seis gerencias – Poços e Sistemas Submarinos, Sistemas de Superfície, Projetos de Refino, Gás e Energia, Cenpes e Projetos DP. As Diretorias de Abastecimento e de Gás e Energia foram unificadas – e agora contarão com um gerente geral para Gestão Integrada de Ativos e outros cinco gerentes-executivos –Industrial, Gás, Energia, Logística e Comercial.

Agora, todas as decisões serão tomadas de forma colegiada, com o aval dos comitês formados por gerentes-executivos de diversas áreas. Na prática, os diretores perdem autonomia. Mas os gerentes também passam a responder perante a Comissão de Valores Mobiliários - CVM. “A empresa agora passa a caminhar sobre uma nova óptica, mais focada no seu business”, disse Bendine.


Em caso de êxito, a Petrobras será uma empresa mais enxuta.

 
 
 
 


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