Edição 355 • 2014

O novo desafio da Petrobras
Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 prevê operação de 28 novas plataformas

 

Quando a Petrobras anunciou que investiria US$ 174,4 bilhões entre 2009 e 2013, o mundo estava tentando buscar saídas para a crise financeira e a extração de petróleo da camada pré-sal era um desafio tecnológico. Pela primeira vez a companhia falava em simplificação e padronização de equipamentos. O plano previa que a produção de petróleo somasse 2,68 milhões barris por dia em 2013 e que a entrada em operação de cinco novas refinarias aumentaria para 2,27 milhões de barris por dia a capacidade de refino.

Mas nem tudo saiu como planejado – a meta de investimento foi realizada, mas a produção de petróleo e a capacidade de refino não.

Nesses cinco anos, a companhia se capitalizou e colocou nove plataformas em operação. Do pré-sal já são extraídos mais de 400 mil barris por dia. Mas teve que lidar com o declínio da produção na Bacia de Campos – que nos últimos dois anos se manteve em 10% – e a falta de novas ofertas de áreas exploratórias. Os projetos foram sendo revisados a cada ano – e as versões que se seguiram foram recebendo pródigas adições de verbas. Exceto o mais recente, anunciado em fevereiro, válido para o período 2014-2018. Ele prevê US$ 220,6 bilhões – valor 6,8% menor quando comparado aos US$ 224,7 bilhões previstos no plano vigente até o ano passado, que tinha como horizonte o quinquênio 2013-2017.

Os projetos de Exploração & Produção ganharam ainda mais espaço no orçamento – com 70% do total investido, ou US$ 153,9 bilhões. 28 novos sistemas de produção estão programados para entrar em operação. O desafio é crescer em média 11% ao ano a produção de petróleo, até atingir 3,2 milhões barris por dia em 2018.

Apenas os projetos do pré-sal, que incluem as áreas da Cessão Onerosa e de Libra, devem consumir US$ 82 bilhões – mas representar 52% da produção total de petróleo em 2018.

O orçamento da Área de Abastecimento caiu para US$ 38,7 bilhões.

A meta para 2018 é processar 2,6 milhões barris por dia – a Petrobras leva em consideração que a demanda por combustíveis cresça 2,7% ao ano nesse período. A operação do primeiro trem da Rnest está prevista para o quarto trimestre deste ano e do Comperj para 2016. As refinarias Premium I e Premium II ainda estão mantidas na lista de projetos em processo de licitação, até que se mostrem viáveis para entrarem na lista dos projetos em implantação – a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, mantém a previsão de iniciar o processo de tomada de preços das duas refinarias abril.

A Área de Gás e Energia terá US$ 10,1 bilhões – o que representa um aumento de 2% em relação ao plano anterior – e o desafio de colocar em operação as Unidades de Fertilizantes III e V, no Mato Grosso do Sul, e em Minas Gerais, e os gasodutos Rota 2 e Rota 3, que escoarão o gás produzido no pré-sal da Bacia de Santos – a Unidade de Fertilizantes IV não foi citada do Plano.

Financiabilidade

O dinheiro necessário para o financiamento dos projetos virá de desinvestimentos, reestruturações nos modelos de negócio e endividamento – até R$ 2018 serão captados mais US$ 60,5 bilhões – mas principalmente do caixa – pressupondo a paridade de preços de derivados com o mercado internacional, a Petrobras calcula que o fluxo de caixa operacional some US$ 182,2 bilhões nos próximos cinco anos. “No negócio de petróleo, para uma empresa verticalizada e que tem o tamanho que a Petrobras tem, os resultados são sensíveis a preços no Brasil. Não existe a premissa de que a Petrobras não tenha convergência com os preços internacionais, nem no ano de 2014”, afirmou Graça, durante a apresentação do Plano de Negócios.

A companhia também precisa reduzir o endividamento – no final do ano passado a dívida da companhia somava US$ 94,5 bilhões, e a relação dívida líquida / Ebitda equivalia a 3,52 vezes, muito acima da meta de 2,5 vezes indicada pelo Conselho de Administração.

Já o indicador de alavancagem, que considera a relação entre a dívida líquida e o patrimônio líquido, estava em 39%, quando o limite indicado pelo Conselho de Administração é de 35%. Se não conseguir atingir essas metas, corre o risco de perder o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco – e pagar mais pelo dinheiro captado.

O Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 trouxe um reforço nos programas de eficiência e redução de custos.

No ano passado, os Programas de Otimização de Custos Operacionais - Procop e de Aumento de Eficiência Operacional - Proef garantiram um impacto positivo de R$ 6,4 bilhões no resultado financeiro. O trabalho de recuperação da eficiência teve como resultado um aumento de 63 mil barris de petróleo por dia em 2013 – a eficiência da Unidade Operacional da Bacia de Campos - UO-BC alcançou 75% e a Unidade Operacional do Rio de Janeiro - UO-RIO alcançou 92%.

Este ano, a UO-BC tem como meta elevar a eficiência operacional para 81% e a UO-Rio para 93,1%. E para o Procop, a meta de economia é de R$ 7,3 bilhões. “É uma mudança na cultura da companhia. É a busca pela excelência em custos”, destaca a presidente.

 
 

Financiabilidade

O Plano de Negócios e Gestão 2014-2018 foi desenhado sobre premissas que preveem uma taxa de câmbio de R$ 2,23 e uma cotação de Brent de US$ 105 para 2014. Junto com ele a Petrobras divulgou o Planejamento Estratégico 2030 – que serve de base para definir a estratégia empresarial da companhia nas próximas duas décadas. Até o ano passado, os Plano de Negócios e Gestão eram definidos sobre o Plano Estratégico 2020, definido em 2007.

Tomando por base dados da consultoria Wood Mackenzie, Graça lembrou que, além dos campos hoje em produção, os produtores de petróleo terão que adicionar 22,1 milhões de barris à oferta para suprir a demanda em 2020 – e o maior crescimento ocorrerá justamente no Brasil, com a adição de 2,7 milhões de barris.

No período 2020-2030 a produção da Petrobras no Brasil alcançará a média de 3,7 milhões de barris por dia e a capacidade de refino 3,9 milhões de barris por dia. “A elevação da produção de petróleo após 2020 requer, além do desenvolvimento do potencial exploratório existente em 2013, a incorporação de áreas adquiridas em novos bids”, ressaltou a presidente da Petrobras.

(Flávio Bosco)

 
 

 
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