Edição 353 • 2013

Consórcio formado por Petrobras, Total, Shell, CNPC e CNOOC arremata área de Libra com lance mínimo

A presidente Dilma Rousseff foi TV comemorar em rede nacional o “sucesso” do leilão de Libra. Classificou o leilão como um marco na história do Brasil, e disse que continuará com o modelo de partilha, “uma grande conquista” para o país. Fez questão de ressaltar que 85% dos rendimentos de Libra ficarão com o Estado brasileiro.
O resultado – um único envelope depositado na uma com o lance mínimo – foi dado por um consórcio formado pelas estatais chinesas CNPC e CNOOC mais a Shell, a Total e a
Petrobras. “Estamos muito satisfeitos. Não há frustração. Vamos receber R$ 15 bilhões de bônus fixo e o mínimo de lucro em óleo estabelecido”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, após o leilão.
O próprio governo estimara, dias antes, que até quatro consórcios disputariam a área. Mas nos bastidores, o consórcio que arrematou Libra só foi fechado às vésperas do certame. De um lado, Shell e Total asseguraram que o negócio tem lógica, técnica e econômica. Do outro, as estatais chinesas CNPC e CNOOC, que apesar da pequena participação, asseguram financiamento à exploração. Completou o grupo a Petrobras,
que teria participação obrigatória – pelo atual sistema de partilha, qualquer área deve ser operada exclusivamente pela companhia. A Total só decidiu entrar no consórcio depois de conhecer os nomes indicados para a Pré-Sal Petróleo SA - PPSA, a estatal criada para coordenar a gestão e fiscalizar a exploração dos campos do pré-sal no regime de partilha. Oswaldo Pedrosa, geólogo que passou por Petrobras, ANP, Onip e HRT, irá presidir a PPSA. A diretoria será formada por Edson Yoshihito Nakagawa, Renato Marcos Darros de Matos e Antônio Cláudio Pereira da Silva. “São pessoas que conhecem esse tipo de trabalho”, diz o presidente da Total no Brasil, Denis Palluat de Besset.
Segundo as regras em vigor, todas as decisões serão tomadas por um comitê em que a PPSA tem poder de veto. Total e Shell possuem 20% do consórcio, CNPC e CNOOC têm 10% cada, e a Petrobras 40% - 10% a mais do que o mínimo estipulado pelo regime de partilha. O bônus de assinatura que deverá ser pago é de R$ 15 bilhões e excedente de óleo de 41,65%. O programa exploratório mínimo é de R$ 610,9 milhões, com
índice médio de conteúdo local de 65%. “Libra é um grande projeto e precisa de expertise de todo mundo”, disse o presidente da Total.
Do lado de fora do hotel onde o leilão foi realizado, manifestantes entraram em confronto com militares da Força Nacional que faziam a segurança do evento. Mais de 26 ações tentaram impedir o leilão. A poucos segundos do fim do prazo, o gerente executivo de Exploração e Produção da Petrobras, José Jorge de Moraes Junior, depositou a oferta na urna. Quando o telão mostrou o resultado do leilão, a presidente da Petrobras, Maria das Graças Silva Foster, olhou para trás, fez um gesto de mãos unidas
em direção aos representantes das outras empresas. “Temos nesse consórcio a segunda, a terceira, a sétima, a oitava e a décima maiores empresas de energia em valor de
mercado do mundo”, disse a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, destacando que a competição começou na formação do consórcio. 11 empresas estavam habilitadas para
o leilão. As estimativas do governo, da ANP e da Petrobras apontam que a área de Libra terá um pico de produção de 1,4 milhão de barris/dia em 2028 e necessitará de 12 a 18 plataformas. Considerando os projetos de pré-sal hoje em desenvolvimento, que trabalham com oito a dez poços produtores por plataforma, é possível prever uma demanda de 100 a 180 poços a serem perfurados na área. Na parte logística, a ANP estima uma necessidade de 60 a 90 barcos de apoio. Ao longo de 35 anos, a extração do
petróleo poderá exigir investimentos de R$ 200 bilhões.

Flavio Bosco

 
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