Edição 347 • 2013


Avaliação da ozonização e O3/UV acoplado com membranas no tratamento de efluentes da indústria de petróleo visando reúso
 
Thiago Ferreira de Souza Ribeiro - Mestre, PEQ/COPPE/UFRJ
Rafael Costa Esteves - Aluno de iniciação científi ca, LabPol
Felipe Henriques de Moraes - Técnico em Meio Ambiente, LabPol
Ana Cláudia Cerqueira - Profissional do Meio Ambiente Pleno da Petrobras
Márcia Dezotti - Professora associada do PEQ/COPPE/UFRJ


Resumo

Um dos recursos naturais mais importantes da natureza, a água necessita de controles para seus usos através de políticas ambientais, visto que apenas 3% de toda água disponível no planeta é de origem doce e, na maioria dos casos, de difícil acesso. Com o objetivo de adequar o efl uente aos padrões requeridos para o seu reúso, este trabalho avaliou o processo O3/UV acoplado com membranas de osmose inversa (OI) para tratamento de um efl uente proveniente de uma unidade biodisco da refi naria Gabriel Passos (Regap) da Petrobras. Os experimentos foram realizados em um reator fotoquímico com volume útil de 2 L com camisa de resfriamento e compartimento interno de quartzo para suporte da lâmpada UV-C germicida, empregada nas potências de 15, 55 e 95 W. A vazão de gás utilizada foi de 1 L/min com concentração de ozônio variando entre 3-10 mg/L na fase gasosa. O efl uente estudado possui uma natureza recalcitrante, evidenciada pelas baixas remoções de COT obtidas para o processo O3/UV. Já a adição de H2O2 na proporção C:H2O2 1:2 levou a uma remoção de COT de 80%. Após o tratamento, o efl uente sofreu polimento em uma unidade de OI, que mostrou ótima efi ciência na remoção de sais, gerando um efl uente dentro dos padrões de reúso mais restritivos. No que tange ao pré-tratamento da etapa de OI, o processo O3/H2O2/UV se mostrou efi caz, evitando queda signifi cativa no fl uxo de permeado da OI.







Considerações sobre a norma CNENNN 3.01: proteção dos trabalhadores expostos à radiação ionizante aplicada à indústria de petróleo e gás
 
Ludmila Maria Perez de Barros Pereira - Mestranda em Sistemas de Gestão, Especialista em Direito Ambiental, Consultora e Advogada - Petrobras

Sergio Pinto Amaral - Doutor em ciências em Planejamento Energético e Ambiental pela COPPE/UFRJ, Engenheiro Químico, Consultor Ambiental da Área Internacional da Petrobras e Professor colaborador da UFF/LATEC


Resumo

Este artigo visa descrever os marcos regulatórios aplicáveis à proteção da saúde ocupacional do trabalhador exposto às radiações ionizantes, sejam elas provenientes de usos industriais ou de materiais radioativos de origem natural, e demonstrar que a Norma CNEN-NN 3.01, editada a partir da Resolução CNEN/CD n.º 27, de 17/12/2004, que rege a proteção do trabalhador exposto à radiação ionizante decorrente de processos industriais, necessita ser revista para sua aplicabilidade plena, em se tratando da gestão da segurança e saúde dos trabalhadores da atividade de exploração e produção de petróleo no Brasil, visando dar maior segurança jurídica para as empresas que atuam neste segmento.







Determinação da concentração de HPAs presentes em gases de combustão oriundos da queima de gás natural e biomassa
 
Faria, A. P. S.; Ulson de Souza, A. A.; Guelli U. SOUZA, S. M. A. UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química – Laboratório de Transferência de Massa


Resumo

A queima de combustíveis fósseis e biomassa em equipamento industrial tem um papel importante nas emissões de gases de efeito estufa para a atmosfera. Muitos compostos gerados pela queima incompleta de combustíveis podem causar sérios riscos para saúde humana e ambiente, sendo genotóxicos, mutagênicos e carcinogênicos. Dentre estes compostos, destacam-se os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, conhecidos como HPAs. Uma alternativa para a redução destes compostos poluentes é o uso de combustíveis mais limpos. O principal objetivo deste estudo é investigar a presença de quatro HPAs (fl uoreno, fenantreno, benzo(a)antraceno e criseno), os quais apresentam maior efeito carcinogênico e mutagênico, nos gases de combustão oriundos da queima de gás natural e biomassa de dois fornos industriais de uma indústria cerâmica na região sul de Santa Catarina. Esta informação é importante na avaliação do impacto tanto da qualidade do ar, quanto da saúde humana para toda a região, assim como para a avaliação do combustível mais adequado, em termos ambientais. Através dos resultados obtidos neste trabalho, pode-se concluir que o gás natural produz compostos mais leves e em uma concentração menor, enquanto a lenha, por se tratar de um combustível mais pesado, tem como produtos de sua combustão poliaromáticos de maior massa molecular.







Impacto da configuração do regenerador e das variáveis do FCC nas emissões de NOX
 
William Richard Gilbert - Petrobras/Cenpes
Hugo Borges Pereira - Petrobras/Cenpes
Luiz Carlos Casavechia – Petrobras/SIX
Rodrigo Gobbo – Petrobras/SIX
Patricia Elaine Bridi - Possebon
Henrique Wilmers de Moraes – Possebon


Resumo

O FCC é o principal processo de conversão de uma refi naria de petróleo, transformando hidrocarbonetos pesados, tipicamente na faixa de 350°C a 600°C, em produtos mais leves, sobretudo gasolina e GLP. O coque formado como subproduto das reações de craqueamento se deposita sobre o catalisador (catalisador gasto), que precisa ser queimado em um regenerador para recuperar a sua atividade e gerar a maior parte do calor necessário para atender a demanda energética do processo. Durante a queima do coque, uma parte dos compostos nitrogenados da carga é convertida em NOx, um poluente controlado, que é emitido para a atmosfera juntamente com os gases de combustão do FCC. As emissões de NOx do FCC, diferente de outras fontes de NOx espalhadas pela refi naria, se concentram em uma única chaminé e representam uma fração substancial das emissões totais (de 20% a 30%); o que torna o FCC uma escolha natural na estratégia de mitigação das emissões de NOx. Não existe uma solução única para todos os tipos de FCC. Metade das unidades da Petrobras é de combustão total, onde todo carbono do coque é queimado diretamente a CO2 no próprio regenerador e a outra metade das unidades é de combustão parcial, em que metade do carbono do coque é convertida a CO2 no regenerador e o restante é convertido a CO, que também é um poluente controlado e precisa ser convertido a CO2 em uma caldeira de CO. Os mecanismos de formação de NOx são diferentes em cada caso. Para simular e estudar opções para os diversos tipos de FCC da companhia, foi feita uma série de adaptações na unidade de teste multipropósito da Petrobras na Industrialização do Xisto (SIX) em São Mateus do Sul / PR. Foi instalada uma pequena caldeira de CO na unidade e foi confeccionado um sistema de cartuchos, de forma a trocar de rapidamente a confi guração dos internos do regenerador de simples estágio para duplo estágio em paralelo ou para duplo estágio com recheio. As diferentes confi gurações de regenerador foram testadas variando o tipo de carga – Gasóleo Pesado de Vácuo (GOP) e Resíduo Atmosférico (RAT); o tipo de catalisador (com e sem promotor de combustão) e o tipo de combustão (total e parcial). Além das emissões de NOx foram monitoradas também várias outras funções do regenerador: os efeitos térmicos como a pós-queima de CO na fase diluída, a efi ciência de regeneração do catalisador e o desempenho geral do conjunto do conversor. As emissões de NOx da unidade multipropósito reproduziram os valores das duas unidades comerciais utilizadas como modelo, uma de combustão parcial e carga GOP, e a outra de combustão total e carga RAT. Os testes mostraram também que no caso de combustão total o principal fator determinante na formação do NOx, além do excesso de O2 era o promotor de combustão do catalisador; no caso da combustão parcial o teor de NOx do gás de combustão foi relativamente insensível as variáveis operacionais do regenerador. Na combustão parcial, a detecção de NH3 no gás de combustão do regenerador confi rmou o mecanismo de produção de NOx na caldeira de CO pela queima de compostos nitrogenados precursores.







Análise de riscos ambientais para atividades offshore: desafios e oportunidades
 
Gabriela Azevedo - Biologist, M. Sc. - Aecom
Julio Pellegrini - Oceanographer, D. Sc. - Prooceano
Ana Cristina Santos - Chemical Engineer, M. Sc. - Aecom
Natalia Santos - Oceanographer - Prooceano
Adriana Moreira - Biologist, M. Sc. - Aecom
Silvia Schaffel - Naval Engineer, D. Sc. - Aecom


Resumo

A Análise de Riscos Ambientais (ARA) consiste em uma análise de risco, que considera a probabilidade de Componentes de Valor Ambiental (CVA) serem atingidos por óleo no caso de um vazamento. Tal abordagem permite que esta seja uma análise mais abrangente, apesar da complexidade inerente ao processo. Assim, enquanto o risco da operação está focado na falha do funcionamento dos equipamentos e procedimentos implementados, o risco relativo ao ambiente atenta para os recursos ambientais da região onde a atividade será desenvolvida, e que consequentemente poderão ser impactados. Para a ARA ser realizada, são necessários o cálculo do Risco Operacional, a modelagem de Dispersão de Óleo no Mar, a identifi cação dos CVA e seus Tempos de Recuperação, e a determinação da probabilidade de um dado CVA ser atingido por faixa de volume de óleo. Integrando essas categorias de análise, é possível calcular o Risco Ambiental para cada faixa de volume e cenário sazonal. Assim, uma abordagem metodológica em que, após várias análises em regiões diferentes, foram observadas oportunidades de melhoria e desafi os nos estudos de licenciamento na área de Óleo e Gás. A ARA é uma análise mais abrangente e uma avançada ferramenta de apoio à Avaliação de Impacto Ambiental, uma vez que integra três áreas importantes, até então apresentadas separadamente no processo de Licenciamento, dentro de um único indicador ou índice global de tolerabilidade de um dado projeto de Óleo e Gás.







Compensação ambiental: um estudo sobre a legalidade, aplicabilidade e implicações para o desenvolvimento sustentável nas perspectivas local e nacional
 
Bruno Luís Carneiro da Cunha Cruz - Mestre em Gestão do Desenvolvimento Local Sustentável - Direito Ambiental pela Universidade de Pernambuco – UPE
Cristiano Carrilho Silveira de Medeiros -Gestor de Educação Ambiental e Agenda 21 da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Governo do Estado de Pernambuco.
Johnson Pontes de Moura Engenheiro Doutorando- UFPE.


Resumo

Este artigo tem como fi nalidade discorrer e analisar a legalidade e aplicabilidade do instituto jurídico da compensação ambiental, analisando suas implicações sobre o desenvolvimento local sustentável no contexto do Estado de Pernambuco e na perspectiva nacional. Constitui o foco dessa pesquisa a análise dos aspectos legais que defi nem a legislação ambiental pátria, em especial as relacionadas ao instituto jurídico da compensação ambiental, com especial atenção às legislações que fazem alusão e se correlacionam com a matéria, concentrando os estudos na Constituição Federal de 1988, Lei Federal nº 6938/81 que trata da Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA, Lei Federal nº 9985/00 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Decreto Federal nº 4340/02, Resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama. No contexto local são analisadas as legislações estaduais de Pernambuco, sendo consideradas a Constituição do Estado, a Lei Estadual nº 11.206/95 que traça a Política Florestal do Estado de Pernambuco, a Lei Estadual nº 13.787/09 que regulamenta o Sistema Estadual de Unidades de Conservação – SEUC e as regulamentações da Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – CPRH, órgão executor das políticas ambientais no Estado. O estudo foi realizado no intuito de traçar um conhecimento acerca da previsão e funcionamento da Compensação Ambiental em nível federal e estadual, suas características e aplicabilidade, visando detectar aspectos que possam contribuir para o aprimoramento do instituto, tendo como parâmetro basilar e primário o melhor atendimento aos princípios e diretrizes do desenvolvimento local sustentável.







Determinação da concentração de compostos BTEX presentes na atmosfera através da aplicação da técnica de microextração em fase sólida
 
Bonetti, T. M., Guelli U. Souza, S. M. A., Ulson de Souza, A. A. UFSC - Programa de Pós-graduação em Engenharia Química - Laboratório de Transferência de Massa


Resumo

O abastecimento de gasolina aos postos de combustíveis gera elevadas concentrações instantâneas de vapores na atmosfera que são prejudiciais à saúde. Neste trabalho foi desenvolvida uma metodologia analítica para a análise de concentrações de compostos BTEX em amostras atmosféricas utilizando cromatografi a gasosa, GC/FID. A técnica consiste em coletar amostras em ampolas, extraindo compostos voláteis da fase gasosa através de uma fi bra de microextração de polidimetilsiloxano (PDMS) de 100μm. A metodologia proposta fornece um procedimento simples e rápido de análise com limites de detecção entre 21 ng l-1 (o-xileno) e 72 ng l-1 (benzeno). Os coefi cientes de partição dos compostos BTEX em microfi bras foram determinados experimentalmente à temperatura de 40°C e extrapolados para 13,6°C. O máximo erro relativo obtido foi de 21%. Análises de amostras coletadas em postos de gasolina tiveram resultados dentro da faixa de concentração adotada nas curvas de calibração.







FlowView – Sistema de Suporte à Decisão para Análise de Dados e Reconhecimento de Padrões de Escoamento Multifásico
 
Mateus Neves Barreto, Ricardo Menezes Salgado Instituto de Ciências Exatas - Universidade Federal de Alfenas


Resumo

Este trabalho propõe um Sistema de Suporte à Decisão (SAD) denominado FlowView. Este sistema foi desenvolvido para processar dados de escoamento multifásico de forma rápida e precisa além de realizar identifi cação de padrões em sistemas que operam em tempo real. O FlowView foi projetado para ser utilizado em situações reais e que necessitam de respostas rápidas. Pelos resultados obtidos em estudos de campo pode-se afi rmar que o sistema FlowView é robusto e atende aos requisitos necessários na área de escoamento multifásico.







Uma estimativa do incremento no risco social perante o crescimento populacional desordenado no entorno de refinarias ao longo dos anos, uma base para a adoção de medidas de controle
 
Paula Dias Silveira - Eng. Química e de Seg. Trab., Consultora Sênior DNV Risk Advisory - Rio de Janeiro
Assed Naked Haddad - Eng. Civil e de Seg. Trab., D.Sc., Prof. Associado Escola Politécnica da UFRJ


Resumo

No Brasil os órgãos governamentais foram motivados a requisitar estudos de riscos e implantação de sistemas de gerenciamento de riscos às indústrias que utilizam de produtos perigosos em seus processos produtivos capazes de causar danos às pessoas e ao meio ambiente. Apesar da conscientização por parte do governo e dos empreendedores com a prevenção de grandes acidentes, aliado ao aumento da atividade industrial, surge uma preocupação com o crescimento populacional desordenado no entorno de indústrias químicas. Este estudo visa obter resultados que representem o comportamento do risco social em função do crescimento populacional no entorno de uma refi naria através do uso do programa Phast Risk 6.7 da DNV e metodologia consagrada de análise de riscos. Os resultados são apresentados grafi camente em forma de curvas F-N, para diferentes grupos de pessoas locados a diferentes distâncias de uma determinada unidade da refi naria. Estes resultados podem servir como ferramenta para que as refi narias sejam capazes determinar se o risco social encontra- se dentro dos limites de tolerabilidade e antevir a necessidade de adoção de medidas preventivas e de controle para manter o risco tolerável, possibilita ainda uma resposta rápida ao crescimento populacional, independentemente da atualização dos estudos de análise quantitativa de riscos de tempos em tempos conforme imposto pelo órgão ambiental.









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